Pílulas de Conversão

Tendências para o e-commerce em 2025: confira as apostas dos especialistas

O RD Summit 2024 está chegando ao fim. Nesta sexta-feira (8), último dia do evento, uma das salas principais sediou um painel interessante sobre as tendências que vão moldar o e-commerce, em 2025. Nicolas Beschoren, diretor de Produto da RD Station, liderou uma conversa com pesos pesados do setor: Bruna Buás, que já foi responsável pelo Marketing de gigantes como Grupo Boticário e Ambev; Igor de Andrade, sócio-diretor da Alce Rocks; e Fábio Monteiro, head de Performance da Trammit.com. O consenso? O futuro das lojas virtuais vai exigir inovação e um foco redobrado na experiência do usuário. Confira o que vem por aí!

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1. Parcelamento via Pix

Com 40% dos brasileiros sem acesso a cartões de crédito, o parcelamento via Pix desponta como uma solução para democratizar o acesso às compras online. Imagine o impacto de dar a esses consumidores a possibilidade de parcelar, sem precisar de um cartão de crédito. É uma jogada estratégica, para transformar milhões de pessoas em novos compradores digitais. “Acredito que esta tendência vai pegar rapidamente”, prevê Fábio, antecipando um futuro mais inclusivo para o e-commerce.

Fabio Monteiro

Fábio vê o parcelamento via Pix como catalisador de vendas

Esse tipo de parcelamento não é apenas uma inovação. É um caminho para expandir o mercado e aumentar o volume dos negócios online. O Pix, que já é popular no Brasil por ser rápido e gratuito, agora pode ganhar uma nova dimensão, tornando-se uma ferramenta essencial para os lojistas que querem ampliar seu público. Com a entrada do parcelamento, este formato de pagamento fica ainda mais atrativo. E quem apostar nesta tendência poderá capturar uma fatia considerável da população que, antes, era excluída das compras virtuais.

2. Fechamento e pagamento da compra via WhatsApp

No último ano, o WhatsApp influenciou 9% de todas as vendas do e-commerce brasileiro, conforme explicou Nicolas. No entanto, muitas empresas ainda não exploram totalmente o potencial da plataforma. A Meta, detentora da ferramenta, começou a liberar recentemente novas APIs, a fim de facilitar as operações de vendas e permitir a finalização das compras diretamente pelo app. “Cada vez mais, o WhatsApp tende a se tornar uma plataforma não apenas para atendimento, mas também para fechamento e pagamento”, ressaltou o executivo, sugerindo que o futuro das transações está, literalmente, na palma da nossa mão.

Nicoas Beschoren

Nicolas destaca o novo papel do WhatsApp como canal para conclusão da venda

Com a inclusão de catálogos e opções de pagamento, a plataforma ganha força como um canal de vendas oficial, oferecendo uma experiência simplificada e conveniente para o consumidor. Com a familiaridade que o brasileiro já tem com o WhatsApp, essa tendência é uma aposta certeira para quem quer se diferenciar e facilitar a jornada de compra.

3. Personal shopper: o assistente virtual das compras

A ideia de um personal shopper virtual, movido por Inteligência Artificial (IA), promete mudar a forma como navegamos nos sites de e-commerce. Imagine um assistente digital que sugere produtos ou combinações de itens, sem que você precise pedir. “Você pode receber dicas de produtos para combinar com uma determinada roupa, por exemplo”, ilustrou Fábio. O resultado é uma experiência de compra ainda mais personalizada e fluida – o que significa uma maior eficiência nas vendas, já que o cliente encontra rapidamente o que precisa, sem a necessidade de vasculhar diversas páginas.

Igor também enfatizou a importância de oferecer informações de maneira fácil e rápida. Segundo ele, este tipo de ação acelera a identificação dos produtos ideais para a necessidade específica de cada cliente. Como consequência, ampliam-se as chances de êxito nas vendas. “É possível sugerir o carrinho inteiro, com base no perfil, no comportamento e no histórico de compra daquele potencial cliente”, disse.

Recomendações pessoais continuam sendo as mais relevantes

Bruna, porém, trouxe um contraponto importante à discussão. Apesar de todo o avanço tecnológico, as recomendações de pessoas próximas seguem no topo dos formadores de opinião para o consumidor. A profissional destacou que o nível de confiança nas pessoas é o mais relevante. Ele está na frente daquele que destinamos a instituições públicas e particulares, por exemplo. “E isto influencia diretamente a jornada de venda”, ressaltou. Ou seja: mesmo com IA e automação, nada bate a velha e boa recomendação pessoal. Para e-commerces, isto significa que o boca-a-boca, digital ou presencial, continua sendo uma ferramenta poderosa de venda.

Bruna Buas

Bruna reforça o impacto do viés social e humano na jornada de venda

Além disso, a influência social no processo de compra tem um impacto direto na construção de uma marca forte e confiável. Quando um amigo ou parente recomenda um produto ou serviço, o cliente se sente mais seguro para comprar. Esta tendência reforça a importância de estratégias de Marketing de Influência e de comunidades engajadas, nas quais se compartilham experiências autênticas. Para conquistar o cliente de 2025, a tecnologia precisa caminhar junto com a confiança humana.

4. Comunidades como co-criadoras de produtos

No cenário online, as comunidades estão assumindo um papel central no desenvolvimento de produtos. “As marcas nativas digitais têm foco em comunidades”, pontuou Igor, destacando como elas são fundamentais para criar uma conexão profunda com o consumidor. Não se trata apenas de vender. Trata-se de ouvir o cliente e construir produtos e serviços que reflitam suas preferências. “Até mesmo fórmulas de produtos são criadas com base no feedback de comunidades”, exemplificou.

Além de fortalecer a lealdade do cliente, essa abordagem permite que as empresas lancem produtos e serviços com maior chance de sucesso, pois já contam com o aval de uma base engajada. As marcas que valorizam a opinião de seus consumidores têm uma vantagem competitiva importante: conseguem ajustar seus produtos e estratégias com base em insights reais. Isto representa um ganho para ambas as partes e ajuda a fortalecer a relação de confiança.

Igor de Andrade

Igor enfatiza a colaboração crescente entre marca e público

5. Retenção como forma de baratear custos

Atrair novos clientes está ficando cada vez mais caro. Para se ter ideia, o Custo de Aquisição (CAC) aumentou 60%, nos últimos cinco anos. A solução? Apostar na retenção da base já conquistada, o que pode reduzir (e muito) os custos de marketing. Fábio destacou que a mídia paga tende a ser a maior dor dos donos de e-commerce. E focar na fidelização do cliente pode ser a chave para equilibrar os gastos com publicidade. “Muitas vezes, fazemos um investimento alto, para conseguirmos a primeira compra do cliente. Mas é preciso uma estratégia para gerar também a segunda”, ponderou.

Além do CAC menor, a retenção permite trabalhar com um público que já conhece a marca – e confia nela. Ações de automação de marketing têm apresentado resultados eficazes para manter o cliente envolvido e estimular compras recorrentes. Para o e-commerce de 2025, fazer o mesmo cliente comprar mais vezes será um passo fundamental. Quem souber trabalhar a fidelização, então, terá uma vantagem competitiva considerável.

6. Personalização (ainda) maior

Fábio foi claro: “vender em grande escala, mas de forma personalizada, continuará sendo um grande desafio”. É aí que o conteúdo customizado ganha um papel crucial. Através dele, o consumidor sente que a marca o conhece e entende suas preferências, o que aumenta o valor percebido.

Essa personalização pode se manifestar em campanhas específicas, recomendações de produtos ou até mesmo na forma como o cliente é atendido. Os dados coletados a partir do histórico de navegação e comportamento de compra permitem que as marcas criem estratégias altamente segmentadas, maximizando o impacto de cada interação.

7. Crescimento dos sistemas antifraude

Só no primeiro semestre deste ano, as tentativas de fraude nas vendas online aumentaram 40%. Este cenário evidencia a importância dos sistemas antifraude, que serão ainda mais fundamentais para proteger consumidores e empresas, em 2025. Com o uso crescente dos dispositivos móveis – onde ocorre boa parte das vendas online -, garantir a segurança nas transações se torna outro diferencial competitivo. E dos grandes.

Investir em tecnologia antifraude é uma necessidade urgente, a fim de manter a integridade das operações e a confiança dos consumidores. O momento exige soluções robustas, que monitorem e bloqueiem movimentos suspeitos, em tempo real. Para as empresas, não é apenas uma questão de proteção, mas também de manter a experiência de compra livre de frustrações.

Além dessas tendências, o Social Commerce, o Live Commerce e a Análise Preditiva foram igualmente citados como estratégias poderosas para o próximo ano. Quer continuar por dentro de tudo o que vai mover o e-commerce e o Marketing Digital no Brasil e no mundo? Fique de olho no blog da Converta na Web, que traremos ainda mais insights e novidades. Boa leitura… E excelentes resultados na web!


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